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quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Cientistas usam células-tronco para criar "remendo" para lesões cardíacas (clique aqui para ver a fonte da matéria)

Washington, 10 out (EFE).- Cientistas americanos conseguiram criar uma espécie de "remendo para o coração", ao imitar a forma como as células-tronco embrionárias se transformam em tecido cardíaco, em um importante passo rumo ao desenvolvimento de técnicas de reparo do órgão lesionado por alguma doença.
Em uma apresentação para a Sociedade de Engenharia Biomédica, em Pittsburgh, no estado americano da Pensilvânia, os cientistas da Escola Pratt de Engenharia, da Universidade de Duke (Carolina do Norte, EUA) anunciaram que, através de testes realizados em ratos, detectaram que esse remendo tem capacidade de se contrair e de se expandir e conduz sinais elétricos como o tecido cardíaco normal.
Em uma série de experimentos com células-tronco embrionárias dos roedores, os cientistas criaram um remendo com células do músculo cardíaco chamadas cardiomiocitos.
Os pesquisadores cultivaram as células em um ambiente similar ao dos tecidos naturais.
Depois as colocaram em cápsulas com um composto de fibrina, a proteína responsável pela coagulação.
No processo, os cientistas descobriram que os cardiomicitos se desenvolviam somente na presença de um tipo de células chamado fibroblastos cardíacos, que fazem parte de cerca de 60% das células do coração.
"Descobrimos que ao agregar os fibroblastos cardíacos aos cardimiocitos se criava um ambiente nutritivo que estimulava o crescimento das células, como se estivessem em um coração em desenvolvimento", afirmou Brian Liau, um dos pesquisadores da Escola Pratt de Engenharia.
"Ao testar o remendo, constatamos que as células se alinham na mesma direção e podem se contrair como células nativas. Também podiam transmitir sinais elétricos que fazem com que os cardimiocitos funcionem de uma forma coordenada", acrescentou.
Nenad Bursac, professor da Escola Pratt, disse, na apresentação do estudo, que os experimentos representam um avanço, mas advertiu que mais barreiras devem ser superadas antes que se chegue ao implante desses remendos em seres humanos com doenças cardíacas.
"Apesar de termos conseguido cultivar células cardíacas com capacidade de contração e dirigir impulsos elétricos, há outros fatores que devem ser considerados", acrescentou.
Um dos maiores obstáculos seria a criação de uma rede de capilares capaz de alimentar esse remendo.

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