ESTE BLOG TEM POR FINALIDADE ABSORVER TODAS AS POSSÍVEIS INFORMAÇÕES,NO QUE DIZ RESPEITO AS PESQUISAS COM CÉLULAS-TRONCO.

domingo, 31 de janeiro de 2010

Britânicos apresentam novo tratamento para câncer de mama

Publicado por: Ricardo Menacker em: dezembro 1, 2009

Uma equipe de pesquisadores britânicos apresentou, nesta segunda-feira, 1º de junho, um novo tratamento contra o câncer de mama hereditário – o que poderia devolver a esperança a um grupo que desenvolve, em muitos casos, os tipos mais agressivos dessa doença, e com um maior índice de recaída.
O novo tratamento, batizado pela farmacêutica britânica Astrazeneca como Olaparib, atua inibindo a enzima “Parp”, uma molécula utilizada pelas células cancerígenas para reparar o DNA após as sessões de quimioterapia e prosseguir, assim, sua expansão pelo organismo.
Ao impedir este processo de regeneração, o remédio consegue que as células cancerígenas se tornem mais sensíveis à quimioterapia, aumentando a efetividade do tratamento.
O remédio atua de forma específica sobre as mutações hereditárias nos genes BRCA1 e BRCA2, e também destrói as células cancerígenas sem afetar as demais células saudáveis, com o que se eliminam os efeitos secundários derivados dos tratamentos tradicionais.
Para chegar a essa conclusão, os especialistas do King’s College, de Londres, estudaram 54 mulheres com a doença em hospitais europeus, americanos e australianos, que foram divididas em dois grupos para receber uma dose mais ou menos alta de Olaparib.
Assim, foi comprovado que no grupo que recebeu uma dose maior o tamanho do tumor foi reduzido em 40% das pacientes.
Em um dos casos, inclusive, o tumor chegou a desaparecer totalmente.
O novo medicamento também é capaz de fazer frente a um tipo de câncer que até agora foi especialmente difícil de tratar: o triplo negativo.
Embora esses pacientes respondam melhor à quimioterapia, não se beneficiam de tratamentos endócrinos nem de remédios antitumorais adequados a seu perfil genético – por isso costumam sofrer recaídas adiantadas e ter poucas possibilidades de sobrevivência.
Segundo o diretor da unidade de pesquisa do câncer de mama do King’s College, Andrew Tutt, os resultados alcançados com o novo medicamentos são “muito promissores para as mulheres com câncer de mama hereditário“, que representam 5% dos casos de tumores mamários do Reino Unido.
As mulheres com um forte histórico familiar de câncer de mama e que herdam um gene BRCA1 ou BRCA2 defeituoso têm 80% mais de probabilidades de sofrer da doença em algum momento.
Este e outros novos tratamentos contra o câncer estão sendo apresentados na reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia, realizada esses dias em Orlando (EUA).
Fonte: da EFE para a Folha Online. Junho, 1, 2009.
O Blog Virgem em Câncer e Lua na Esperança! reúne sob diversas categorias e tags centenas de posts dedicados à busca da melhoria de qualidade de vida, e cura, de pacientes oncológicos, bem como prevenção. Contudo não trata o Blog do que não lhe é pertinente: fazer o papel de médicos especialistas. Procure sempre um especialista da área que busca informação. Informação é sempre a melhor ferramenta. Converse com seu médico.


http://virgemcancer.wordpress.com/2009/12/01/britanicos-apresentam-novo-tratamento-para-cancer-de-mama/

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Cientistas norte-americanos fazem célula da pele virar neurônio

28/01/2010 - 09h07

São Paulo - A criatividade dos cientistas para superar as complicações éticas que envolvem as pesquisas com células-tronco embrionárias parece não ter fim. Primeiro inventaram uma maneira de reprogramar geneticamente células da pele para se comportarem igual às embrionárias, com capacidade para se transformar em qualquer tecido do organismo. Agora, pesquisadores da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, fizeram algo ainda mais prático: inventaram uma técnica semelhante para transformar células da pele diretamente em neurônios, sem passar pela etapa de "tronco".

Em tese, isso permitiria produzir neurônios in vitro, em grandes quantidades, para o tratamento de lesões e doenças que afetam o sistema nervoso, como traumas medulares, esclerose múltipla ou Parkinson. As células seriam derivadas da pele do próprio paciente, sem risco de rejeição.

Batizadas de neurônios induzidos (iN, na sigla em inglês), as novas células foram capazes de formar sinapses e transmitir impulsos elétricos in vitro - um forte indício de que são células funcionais. Ou seja: não só parecem neurônios, mas também funcionam como tal. "Podemos dizer que nossas células são qualitativamente equivalentes a neurônios verdadeiros", disse o pesquisador Thomas Vierbuchen, da Universidade Stanford, na Califórnia.

As células ainda não foram testadas em animais, apenas in vitro. Outra ressalva é que a técnica só foi testada em células de camundongo. Mas a expectativa é grande de que funcione também em células humanas.

A técnica usada para induzir a transformação celular é a reprogramação genética. Os cientistas introduzem nas células da pele uma combinação de genes que fazem com que elas percam sua especificidade e voltem a funcionar como células "pluripotentes", equivalentes às embrionárias, com capacidade para se diferenciar em qualquer tipo de célula - por exemplo, fibras musculares ou neurônios. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultnot/estado/2010/01/28/cientistas-norte-americanos-fazem-celula-da-pele-virar-neuronio.jhtm

sábado, 23 de janeiro de 2010

ASSOCIAÇÃO PAULISTA DE MEDICINA

Sábado, 23 de janeiro de 2010

Células-Tronco
Brasil pode acompanhar pesquisas mundiais

Raquel Landim

Vencedor do prêmio Nobel de Medicina, Mario Capecchi avalia que ainda há tempo para o Brasil participar da "aventura" com células-tronco embrionárias, após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) na semana passada, que autorizou a pesquisa. "O Brasil tem muitos cientistas jovens. Não é possível prever onde as descobertas importantes serão feitas", disse ao Valor.

O cientista acredita no potencial da pesquisa para encontrar a cura de doenças como Parkinson, Alzheimer ou diabetes através da descoberta de novos remédios ou da fabricação de células para transplantes. Mas enfatizou que os resultados não virão no curto prazo, mas em "15 ou talvez 20 anos".

Capecchi dividiu o prêmio Nobel de 2007 com dois pesquisadores por suas descobertas de como produzir camundongos mutantes. Ele desenvolveu uma tecnologia, o "gene targeting", que insere um gene específico nas células-tronco embrionárias dos ratos, dando origem a animais híbridos, com metade do DNA original e metade mutante. Esse método permite estudar as funções de genes específicos, que podem ser "nocauteados".

Filho de pai italiano e mãe americana, Capecchi nasceu em Verona, em 1947, e teve uma infância difícil. O pai morreu na Segunda Guerra Mundial e a mãe foi enviada para um campo de concentração. Ele viveu três anos nas ruas e chegou a passar fome. Aos nove anos, reencontrou a mãe, que sobreviveu aos nazistas. A família emigrou para os Estados Unidos, país onde descobriu sua vocação como cientista.

"Qualquer restrição à pesquisa não é uma boa idéia. Minha filosofia é que a busca de informação não têm efeitos ruins", disse. Capecchi defendeu que as aplicações da ciência devem ser analisadas por toda a comunidade, mas que "nada é definitivo". O cientista chegou a citar a clonagem humana. Ele disse que é "totalmente contra" hoje, mas consegue imaginar uma situação em que seria a única maneira de ter filhos. A seguir os principais trechos da entrevista.

Valor: As pesquisas com células-tronco geram muita expectativa. As pessoas esperam a cura para doenças como Parkinson, Alzheimer, diabetes e até paralisia. É possível alcançar resultados no curto prazo?

Mario Capecchi: As promessas são enormes, no entanto, não são para um futuro imediato. Temos que entender como trabalhar com células-tronco, como criá-las de uma forma que funcionem adequadamente. Minha estimativa é que vai levar 10, 15, talvez 20 anos. Por outro lado, se não fizermos a pesquisa, nunca chegaremos lá. É uma pesquisa extremamente excitante e importante, mas ainda para um futuro distante.

Valor: A pesquisa com células-tronco será mais valiosa para a descoberta de novos medicamentos ou para o transplante?

Capecchi: Nunca coloque todos os ovos em uma cesta. Meu palpite é que as células-tronco serão utilizadas para ambos os propósitos. A promessa é conseguir transplantes diretos, mas também é importante a habilidade de isolar células e utilizá-las para análise de medicamentos. O mais fácil é criar células in vitro e trabalhar para a descoberta de remédios, mas depois é preciso testá-los em humanos e observar se não há efeitos colaterais. É importante perseguir os dois.

Valor: O senhor desenvolveu uma poderosa ferramenta de pesquisa, o "gene targeting". Como essa técnica pode ajudar no tratamento de doenças hoje incuráveis?

Capecchi: Não utilizaremos células-tronco apenas como células-tronco. Queremos modifica-las e uma maneira de fazer isso é mexer em um gene específico. Já podemos modificar genes em células-tronco embrionárias de camundongos da maneira que quisermos e o mesmo está começando com as humanas. É aí que está o poder: modificar. Se você trabalha, por exemplo, com a doença de Parkinson, quer que as células-tronco controlem a má-formação dos neurônios ou produzam agentes capazes de induzi-los a funcionarem normalmente. Serão necessárias muitas mutações e isso é possível com o gene targeting.

Valor: O senhor criou animais híbridos, com metade do DNA original e metade mutante. Enfrentou muita controvérsia?

Capecchi: Nosso pacientes são ratos. Não enfrentamos muita controvérsia porque as pessoas entendem que é importante fazer experimentos com os ratos, aprender e então aplicar em humanos. No início, sim, tivemos uma discussão enorme sobre a tecnologia de recombinar DNA. A quantidade de papelada que tínhamos que fazer no início da pesquisa era imensa e isso nos atrasou muito. Mas, com o tempo, ficou claro que nada ruim aconteceu por conta da recombinação de DNA.

Valor: Como o senhor se sente em destruir embriões? O senhor tem questionamentos éticos?

Capecchi: Certamente tenho dúvidas, mas há outros aspectos. Por conta da fertilização in vitro, embriões foram gerados e estocados em geladeiras. Quando a geladeira fica cheia, são simplesmente jogados fora. Se os embriões são mortos de qualquer forma, por que não utiliza-los para bons propósitos? E há uma outra questão ética. Temos pacientes com Alzheimer, Parkinson, diabetes. Não devemos tentar encontrar o melhor tratamento possível? É correto ter a tecnologia e não aplicar?

Valor: O Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro aprovou uma lei que libera a pesquisa com células tronco embrionárias. É muito tarde ou ainda há tempo para o Brasil se beneficiar dessa pesquisa?

Capecchi: Ainda há muito o que aprender. Ninguém aplicou essa tecnologia ainda. O Brasil tem muitos cientistas jovens. Não é possível prever onde as descobertas importantes serão feitas. Estou muito feliz com a aprovação e espero que o Brasil contribua com essa aventura.

Valor: A pesquisa em células-tronco pode atrair investimento para o Brasil e estimular o desenvolvimento econômico?

Capecchi: A saúde é extremamente importante para o desenvolvimento econômico. Mão-de-obra saudável e produtiva é pré-requisito para o desenvolvimento. Sem isso, não existe economia forte. Pessoas talentosas que sofrem de Parkison ou Alzheimer se tornam, de repente, disfuncionais. Uma coisa interessante da biotecnologia é que não é nem de longe tão caro quanto a física, que requer máquinas enormes e tecnologia de ponta. Nesse sentido, é mais fácil conseguir fundos para as pesquisas.

Valor: O senhor nasceu na Itália, um dos poucos países do mundo que proíbe a pesquisa com células-tronco embrionárias. O que um país perde ao optar por não desenvolver essa tecnologia?

Capecchi: O investimento em saúde em qualquer país é enorme. Através de biotecnologia e pesquisa médica, os tratamentos se tornarão mais baratos e efetivos. O país que não investir ficará para trás e dependerá de outros para desenvolver tratamentos. E há uma questão ética: por que um país deve prover toda a cura e outro somente tirar vantagem sem ajudar? É algo que todos devem estar preocupados.

Valor: A lei que foi aprovada no Brasil autoriza pesquisa em embriões inválidos ou congelados por mais de três anos. O senhor acha que é restritivo?

Capecchi: Qualquer restrição não é uma boa idéia. Minha filosofia é que a busca de informação não tem efeitos ruins. É a aplicação que é boa ou ruim, exige reflexão e envolvimento de todos. Mas um aspecto importante é que nada deve ser definitivo. Um exemplo é a fertilização in vitro. Quando surgiu, as pessoas estavam horrorizadas. Hoje é rotineiro em vários países. Esse é um exemplo de como a sociedade muda. A clonagem humana, por exemplo, seria terrível. Não apoiaria isso agora, mas consigo imaginar uma situação em que grande parcela da população se tornasse estéril e não pudesse ter filhos a não ser por clonagem. É preciso manter a mente aberta.

Valor: O senhor teve uma infância difícil. Isso o influenciou?

Capecchi: É difícil responder, porque não pode ser repetido. Não posso viver duas vidas e comparar (risos). Meu palpite é que a experiência me tornou confiante. Foi uma conseqüência, já que tinha que me proteger, encontrar comida, cuidar de mim ainda muito jovem. Faço ciência da mesma forma. Tento tornar o meu laboratório auto-suficiente.

A entrevista foi orignlamente publicada no jornal Valor Econômico desta seunda-feira (2/6/2008)


http://www.apm.org.br/aberto/noticias_conteudo.aspx?id=6130

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

A IMPORTÂNCIA DE CONSTRUIR BANCOS DE SANGUE DE CORDÃO UMBILICAL NO BRASIL

Otransplante de células-tronco hematopoiéticas
(TCTH), antigamente chamado de
Transplante de Medula Óssea (TMO), é um
procedimento curativo que tem salvado milhares
de vidas desde a década de 1970. Os
maiores beneficiados por esse tipo de tratamento são os pacientes
que têm doenças hematológicas como, por exemplo,
as leucemias e as aplasias de medula, mas diversas outras
doenças, hematológicas ou não, têm sido tratadas através desse
procedimento. Pacientes com doenças imunológicas,
em que as defesas do organismo estão
comprometidas, também podem se curar
com o transplante (1).
Embora o TMO esteja sendo usado com sucesso
há vários anos para tratar pacientes com
doenças malignas ou não, a sua maior limitação
é a disponibilidade de doador. Devido à complexidade
do sistema imunológico há uma
chance de apenas 25% dos candidatos ao TMO
terem doadores compatíveis aparentados, geralmente um irmão,
devido a incompatibilidade de um sistema chamado
HLA (Antígenos Leucócitarios Humanos) (2). Sendo assim,
ocorre a necessidade de se procurar doadores compatíveis fora
da família. O Programa Nacional de Doador de Medula dos Estados
Unidos, por exemplo, tem identificados 2 milhões de
doadores em potencial e tem facilitado, desde dezembro de
1995, aproximadamente 5 mil TMO a partir de doadores nãorelacionados.
Mesmo assim, esse número é baixo frente ao
maior número de pacientes à espera de um transplante. Além
disso, a disponibilidade de doadores de medula óssea não-relacionados
é ainda limitada devido a inúmeros fatores: 1) o tempo
gasto no processo de procura de doador pode variar de um
mês a seis anos; 2) a disponibilidade do doador no momento
em que é solicitado e 3) a limitada disponibilidade de doadores
em uma dada população étnica ou grupo racial. Devido a estes
fatores, menos de 40% dos pacientes que poderiam ser beneficiados
por um TMO têm identificado um doador adequado e,
destes que têm um doador identificado, menos de 40% recebem
o transplante (3).
A célula-tronco (CT) é definida como a célula com capacidade
de gerar diversos outros tipos celulares. As principais fontes das
células-tronco hematopoiéticas são a medula óssea, o sangue
periférico, após mobilização dos precursores hematopoiéticos
através do uso de citocinas e, mais recentemente, o sangue de
cordão umbilical humano (4).
O sangue de cordão umbilical e placentário (SCUP) é rico em
progenitores hematopoiéticos e tem sido usado para o tratamento
de doenças hematológicas malignas ou não-malignas
(4, 5). O cordão umbilical é uma fonte ilimitada de célulastronco
uma vez que esse cordão umbilical e a placenta são colocados
no lixo após o parto.
O primeiro relato de uso de células de sangue de cordão umbilical
humano em transplante foi em 1988, pela doutora Eliane
Gluckman, do Hospital Saint-Louis em Paris,
França. Gluckman e colaboradores (6)
utilizaram o sangue de cordão umbilical da irmã
de um paciente com anemia de Fanconi para
realizar o transplante, o qual foi um sucesso.
A partir daí, o sangue de cordão umbilical tem
sido utilizado como uma excelente fonte de células-
tronco hematopoiéticas para transplante
em pacientes que não apresentam doadores
HLA compatíveis na família (5). As células do
sangue de cordão umbilical e placentário parecem induzir com
menor freqüência a doença do enxerto contra o hospedeiro
(DECH), a qual é provocada pela incompatibilidade nesse sistema
HLA (7).
O sucesso do uso das células do sangue de cordão umbilical em
transplantes culminou com a necessidade de armazenamento
dessas células. Sendo assim, o primeiro banco de sangue de cordão
umbilical e placentário (BSCUP) público foi estabelecido
em 1993 pelo doutor Pablo Rubinstein no New York Blood
Center, Estados Unidos (8). Esse procedimento encorajou o estabelecimento
de outros BSCUP em diversas partes do mundo
e o número de transplantes, utilizando células do sangue de
cordão, aumentou surpreendentemente nos últimos anos (9).
O Banco de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário
(BSCUP) é uma organização que se destina a coletar, processar
e armazenar células progenitoras hematopoiéticas provenientes
do sangue de placenta e cordão umbilical.Muitas são as vantagens do uso das células do sangue de cordão
umbilical como fonte de células-tronco hematopoiéticas em
relação à medula óssea ou ao sangue periférico: 1) a ilimitada
oferta de sangue de cordão, uma vez que o mesmo é descartado
após o parto; 2) a disponibilidade imediata do mesmo, uma vez
que as células encontram-se prontas para o uso, armazenadas
nos bancos de cordão umbilical humano e 3) a menor incidência
de DECH (Bühring, 1998, McNiece, 2000 e McNiece &
Briddell, 2001), uma vez que essas células são mais “imaturas”
imunologicamente, aumentando muito a chance de achar um
doador. As crianças seriam as maiores beneficiadas por esse tipo
de procedimento, uma vez que a leucemia é o tipo mais comum
de câncer infantil, sendo responsável por mais de 50%
dos casos de câncer na infância.
Com o avanço cada vez maior nas pesquisas com células-tronco,
além das doenças que já se beneficiam com o TCTH, as célulastronco
do sangue de cordão umbilical poderão ser úteis no tratamento
de várias outras doenças, como, por exemplo, nos casos de
pacientes que sofreram infarto do miocárdio ou pacientes
queimados que poderão ter as células reconstituídas com o uso
das CT. Sendo assim, é importante que sejam criados bancos de
sangue de cordão umbilical no Brasil, pois essas células poderão
ajudar a salvar a vida de inúmeros pacientes na nossa sociedade.


Patricia Pranke é farmacêutica e professora de hematologia da Faculdade de Farmácia da
UFRGS e PUCRS. É professora e pesquisadora do programa de pós-graduação em medicina:
ciências médicas – UFRGS, com doutorado na UFRGS e no Banco de Sangue de Cordão Umbilical,
New York Blood Center.


http://www.celulastroncors.org.br/artigos/BancoCordao.pdf

INSTITUTO DE PESQUISAS COM CÉLULA-TRONCO

1) O que são células-tronco?
A célula-tronco é definida como a célula com capacidade de gerar diferentes tipos celulares e reconstituir diversos tecidos. Além disso, a célula-tronco apresenta a propriedade de gerar cópias idênticas dela mesma e também de se mutiplicar inúmeras vezes.

As células-tronco podem ser chamadas de adulta e embrionária. As células-tronco adultas mais utilizadas na clínica são as células-tronco da medula óssea e do sangue de cordão umbilical. As células-tronco embrionárias são derivadas do embrião de até 5 dias que estão congelados nas clínicas de fertilização. Neste caso, os casais podem doar para a pesquisa, com fins terapêuticos, os embriões excedentes que não foram utilizados para a implantação no útero.

2-) Eu gostaria de doar o sangue de cordão de meu filho para o banco público. Como faço?


Não existe necessidade de todas as mães doarem o sangue de cordão de seus filhos, pois com uma quantidade adequada de amostras armazenadas, será possível ter uma variabilidade genética que atenda toda a população, inclusive esta criança.
No mundo inteiro os bancos públicos de sangue de cordão umbilical funcionam desta forma: o banco público faz convênio com algumas maternidades e, por ocasião das coletas, as mães que tiverem tendo seus nenês serão questionadas se gostariam de doar o sangue que iria fora. Não há nenhuma necessidade de armazenar o sangue de cordão umbilical de todos os bebês.
3-) Quais as vantagens de um banco público de sangue de cordão umbilical?

Muitas são as vantagens do uso das células do sangue de cordão umbilical como fonte de células-tronco adultas em relação à medula óssea:
a ilimitada oferta de sangue de cordão, uma vez que bebês nascem todos os dias e suas placentas e cordão umbilical são descartados após o parto;
a disponibilidade imediata do mesmo, uma vez que as células encontram-se prontas para o uso, armazenadas nos bancos públicos de sangue de cordão umbilical, e;
o menor risco de rejeição o que também aumenta muito a chance de achar um doador.
No banco público a mãe doa o Sangue do Cordão Umbilical e as células são congeladas e armazenadas para serem usadas por qualquer pessoa no futuro.
Os exames para descartar o risco de transmissão de doenças pelo sangue são todos realizados no momento da coleta e repetidos 6 meses após a doação, para garantir a segurança do sangue doado.
4-) O que diz a nova lei de Biossegurança?

Redação final do Substitutivo do Senado ao Projeto de Lei da Câmara nº 9, de 2004 (nº 2.401, de 2003, na Casa de origem).

O CONGRESSO NACIONAL decreta:

CAPÍTULO I

Disposições Preliminares e Gerais

Art. 5º É permitida, para fins de pesquisa e terapia, a utilização de células-tronco embrionárias obtidas de embriões humanos produzidos por fertilização "in vitro" e não utilizados no respectivo procedimento, atendidas as seguintes condições:

I - sejam embriões inviáveis; ou

II - sejam embriões congelados há 3 (três) anos ou mais, na data da publicação desta Lei, ou que, já congelados na data da publicação desta Lei, depois de completarem 3 (três) anos, contados a partir da data de congelamento.

§ 1º Em qualquer caso, é necessário o consentimento dos genitores.
§ 2º Instituições de pesquisa e serviços de saúde que realizem pesquisa ou terapia com células-tronco embrionárias humanas deverão submeter seus projetos à apreciação e aprovação dos respectivos comitês de ética em pesquisa.
§ 3º É vedada a comercialização do material biológico a que se refere este artigo e sua prática implica no crime tipificado no art. 15 da Lei nº 9.434, de 4 de fevereiro de 1997.

Art. 6º Fica proibido:
II - engenharia genética em organismo vivo ou o manejo "in vitro" de ADN/ARN natural ou recombinante, realizado em desacordo com as normas previstas nesta Lei;
III - engenharia genética em célula germinal humana, zigoto humano e embrião humano;
IV - clonagem humana;

CAPÍTULO VIII

Dos Crimes e das Penas

Art. 24. Utilizar embrião humano em desacordo com o que dispõe o art. 5º desta Lei:
Pena - detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

Art. 25. Praticar engenharia genética em célula germinal humana, zigoto humano ou embrião humano:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa.

Art. 26. Realizar clonagem humana:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.


http://www.celulastroncors.org.br/faq.htm#2

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

EUA autorizam pesquisa com células-tronco embrionárias de humanos

02/12/2009 - 15h57

da Folha Online

Atualizado às 16h47.

Em decisão inédita, a administração de Barack Obama aprovou 13 pesquisas com células-tronco embrionárias de humanos para experimentos científicos. Pesquisadores serão financiados pelo governo dos EUA, sob uma nova política designada para expandir o apoio governamental para um dos mais promissores --e controversos-- campos da pesquisa biomédica. As informações são da edição on-line do jornal "Washington Post" desta quarta-feira (2).

Em março, Obama já havia revertido a medida de seu antecessor, George W. Bush (2001-2008), por meio de um decreto liberando o uso de dinheiro público para o estudo.

Agora, o Instituto Nacional de Saúde (NIH, na sigla em inglês) autorizou 11 linhas de pesquisa com células pelos cientistas do Hospital Infantil de Boston e duas linhas criadas por pesquisadores da Universidade Rockefeller, em Nova York. Todas as células foram obtidas de embriões congelados, deixados por casais que procuraram tratamentos de infertilidade.

"É uma mudança real no panorama", disse o diretor do NIH, Francis Collins. "É o primeiro investimento no que virá a ser uma lista muito longa, que vai dar poder à comunidade científica para explorar o potencial da pesquisa com células-tronco embrionárias."

Ainda de acordo com o "Post", o movimento foi aclamado por todos os apoiadores da pesquisa como uma longa espera, um divisor de águas que finalmente permitirá que cientistas usem milhões de dólares arrecadados pelos impostos para estudar centenas de linhas de células-tronco --algo que foi limitado e restrito pelo antecessor de Obama, George W. Bush, cujo impedimento se sustentou sob o argumento moral.

"Era isso o que estávamos esperando", disse a cientista Amy Comstock Rick, da Coalizão para Avanço da Pesquisa Médica, grupo que lidera os esforços de lobby para desamarrar as restrições federais na pesquisa. "Estamos muito animados."

Na era Bush, a verba federal para cientistas era limitada para determinadas linhas de pesquisa com células-tronco, que foram muito criticadas como improdutivas e deficientes. As regras de financiamento na separação de financiamento público e privado foram erigidas de forma "burocrática e desajeitada", diz o jornal --o que acabava por frustrar diversas formas de verba.

Agora, embora as pesquisas com células-tronco embrionárias poderão ser elaboradas a partir de financiamento privado e público, que permitirão experimentos em uma variedade de linhas, expandindo o número de cientistas e tipos de experimentos.

Reação moral

O anúncio, entretanto, foi condenado por opositores das pesquisas, cujo argumento principal se fundamenta na falta de ética e no suposto fato de que o trabalho é desnecessário, porque há disponibilidade de células-tronco adultas e outras alternativas recentemente identificadas.

"Eticamente, nós não acreditamos que qualquer contribuinte de impostos tem que financiar as pesquisas que destroem a vida humana em qualquer estágio", disse Richard M. Doerflinger, da Conferência de Bispos Católicos dos EUA. "Mas a tragédia disso é multiplicada pelo fato de que ninguém pode pensar que tipo de problema pode ser resolvido por estas células."

O diretor da NIH, cristão evangélico que descarta o conflito entre ciência e religião, defende o trabalho. "Acho que há um argumento que pode fazer que isso seja eticamente aceitável", disse Collins. "Se você acreditar na inerente santidade do embrião humano."

Muitos cientistas acreditam que as células-tronco embrionárias vão permitir conhecimento fundamental nas causas de muitas doenças, e que poderão ser usadas para curar diabetes, mal de Parkinson, paralisias e outras enfermidades. A extração das células, contudo, destrói embriões com poucos dias de idade.


http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u660722.shtml

Entenda a autorização de pesquisa com células-tronco embrionárias de humanos

02/12/2009 - 20h57

da Folha Online
A autorização inédita dada pelo governo dos Estados Unidos para 13 pesquisas distintas com células-tronco embrionárias foi publicada na edição on-line do jornal "Washington Post" desta quarta-feira (2).

"Com essa liberação, mais grupos serão formados. Com mais cérebros pensando, rapidamente aparecerão as soluções para diversos problemas de saúde", ressalta Lygia da Veiga Pereira, chefe do laboratório de genética molecular da USP (Universidade de São Paulo).

Para a especialista, a autorização atesta que o governo acredita nas pesquisas e quer dar mais liberdade para os cientistas americanos desenvolverem todo o potencial que existe nos estudos com células embrionárias.

Barack Obama já havia revertido a medida do presidente anterior, George W. Bush (2001-2008), por meio de um decreto, liberando o uso de dinheiro público para os estudos. Lygia da Veiga Pereira lembra que a restrição era repudiada pela comunidade científica.


http://www1.folha.uol.com.br/folha/podcasts/ult10065u660926.shtml

Rio inaugura primeira grande fábrica de células-tronco do Brasil

01/12/2009 - 09h01

REINALDO JOSÉ LOPES
enviado especial da Folha de S. Paulo ao Rio

Pesquisadores da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) inauguraram ontem a primeira grande fábrica de células-tronco do país. O objetivo é distribuir linhagens dessas células para dezenas de centros de pesquisa Brasil afora, de maneira que futuros testes de laboratório --e, com sorte, de terapia celular em pessoas-- sejam padronizados e tenham resultado mais confiável.

O Lance (Laboratório Nacional de Células-Tronco Embrionárias) fabricará não só linhagens de células embrionárias humanas, famosas por sua versatilidade quase ilimitada (podem assumir a função de qualquer tecido do organismo adulto), mas também as chamadas células iPS. Esse outro tipo é aquele produzido quando um pedaço do organismo adulto, como uma célula da pele, é "convencido" a retornar a um estado mais primitivo, tão versátil quanto o embrionário.

A esperança é que ambos desempenhem um papel importante na medicina do futuro. As duas classes de célula podem ajudar a reconstruir a dinâmica de doenças humanas em laboratório e servir como plataforma para teste de novas drogas.

Também há chance de usá-las para reconstruir tecidos e órgãos lesados, como os neurônios desfuncionais de uma pessoa com mal de Parkinson, embora nenhum teste em humanos tenha ocorrido até agora.

Criatividade e esperança

Com recursos do Ministério da Saúde, do CNPq, da Finep e do BNDES, o Lance é uma tentativa de aplicar resultados da pesquisa básica em saúde.

O diretor do Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ, Roberto Lent, disse que a iniciativa marca um momento de "criatividade e esperança" para a instituição, que está fazendo 40 anos. O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, foi o responsável por inaugurar oficialmente o laboratório ontem.

O novo laboratório terá também um braço na USP. Os 26 pesquisadores da ala carioca do Lance se destacam, junto com seus colegas paulistas, pela experiência já adquirida na área.

Foram os primeiros da América Latina a produzir células iPS, um truque delicado de manipulação genética, e os primeiros a produzirem uma tese de doutorado e um artigo científico sobre células-tronco embrionárias humanas no Brasil.

O grupo também anda otimizando técnicas para a produção e a análise dessas células em larga escala.
A ideia é usar esse know-how como controle de qualidade das linhagens celulares que serão empregadas para pesquisa no Brasil.

Os cientistas planejam garantir que as células distribuídas estejam livres de contaminação bacteriana, sem anomalias genéticas e com pluripotência (versatilidade na transformação em outros tipos).

Comparabilidade

Stevens Rehen, o biólogo coordenador do laboratório, diz que será preciso encontrar equilíbrio entre a padronização das linhagens e a criatividade de cada grupo de pesquisa.

"Posso chegar a um protocolo numa determinada linhagem que é boa para produzir neurônios, e para mim está ótimo", explica o cientista. Segundo ele, porém, isso não basta. "É importante que seja possível comparar as linhagens durante testes clínicos, por exemplo, porque é comum cada uma se comportar de modo diferente."

Outro fator a ser considerado pelos cientistas é a composição genética das células, que influi na maneira com que elas reagem a drogas, por exemplo.

"A [linhagem] que testamos era cerca de 98% europeia. Pode ser que nunca consigamos amostrar toda a diversidade genética brasileira, porque quem tem acesso a clínicas de fertilização [fornecedoras de células embrionárias] tende a representar uma fatia mais europeia da população", afirma.


http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u659972.shtml

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

NA ÚLTIMA MATÉRIA DA SÉRIE DE REPORTAGENS ESPECIAIS SOBRE CIÊNCIA, SAIBA EM QUE SITUAÇÃO ESTÃO AS PESQUISAS COM CÉLULAS-TRONCO NO BRASIL.

Bernardo tem onze anos e desde os oito sabe que tem uma doença congênita, a distrofia muscular de Duchenne. É o tipo de distrofia mais comum, atingindo um a cada 3 mil e 500 nascimentos de meninos, e também a mais severa. Os primeiros sintomas são observados dos 3 aos 5 anos, quando a criança cai mais do que o normal, tem dificuldades para subir escada, correr e levantar do chão. Com o tempo, os músculos vão perdendo a força, o que levou Bernardo à cadeira de rodas. Por isso, desde que descobriu a doença do filho, o empresário carioca José Carlos Borges começou a pesquisar ativamente o assunto para tentar reverter o quadro de Bernardo.

"Nós temos naturalmente que mudar esse quadro da evolução da doença, ela é muito agressiva."

José Carlos explica que o tratamento que seu filho recebe é apenas paliativo. Por isso, aposta todas as esperanças nas pesquisas com células tronco. Durante muito tempo, a expectativa de vida para os portadores da distrofia muscular de duchenne era de 20 a 25 anos. Mas hoje, com a utilização de aparelhos de respiração artificial, o tempo de vida dos pacientes aumentou 10 anos. A coordenadora do Centro de Estudos do Genoma Humano, Mayana Zatz, uma das maiores autoridades do país quando se fala em células-tronco, diz que as pesquisas nessa área precisam justamente de cerca de dez anos para apresentar resultados práticos.

"E dez anos é o que a gente precisa, eu acho, para transformar essas pesquisas em tratamento. O que a gente não quer de jeito nenhum é arriscar injetar células tronco e que elas se transformem em um tumor. A gente sabe que existe esse risco. Então se você injetar células-tronco quando ela ainda está no começo da diferenciação, quando ela tem aquele potencial para fazer muitos tecidos, ela também tem o potencial de formar tumores. Entao você tem que injetar quando ela está num período mais diferenciado, ou seja, ela já tem um compromisso de virar músculo, ou osso, ou sangue. Só quando a gente tiver esse controle, quando a gente conseguir mandar nessas células e dizer assim: você vai me obedecer, você só vai fazer isso, a gente vai poder injetar no organismo."



As células tronco representam uma chance para a descoberta de tratamentos para doenças atualmente incuráveis como mal de Parkinson, diabetes, graves problemas no coração e distrofias musculares. Além disso, a cura para lesões causadas por acidentes também está sendo estudada pelos pesquisadores. A equipe do Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz, da Fiocruz, na Bahia, realizou o pioneiro transplante de células de medula óssea em pacientes com problemas cardíacos devido à doença de Chagas. Milena Soares, imunologista e pesquisadora do Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz, é responsável pelo estudo. Ela explica que as células-tronco são uma alternativa mais simples e barata e com menos complicações que o tradicional transplante de coração.

"Nesses pacientes, os estudos iniciais indicam que há uma melhora da função cardíaca, e consequentemente da qualidade de vida desses pacientes. Mas a gente só pode afirmar que a terapia é realmente eficaz após a análise dos resultados desse estudo multicêntrico que está sendo realizado."

O estudo multicêntrico citado por Milena envolve 33 centros de pesquisa, em nove estados e no Distrito Federal, financiados pelo Ministério da Saúde, visando encontrar nas células-tronco uma solução para cardiopatias graves. Milena Soares destaca que as áreas com pesquisas mais avançadas no Brasil são cardiologia, neurologia e doenças do fígado. A imunologista explica que as células-tronco adultas são retiradas da medula óssea do próprio paciente.

"Na área de cardiologia, que é a mais avançada, a gente está realizando o maior estudo com terapia de células-tronco do mundo, incluindo 1.200 pacientes. É um estudo que está sendo financiado pelo Ministério da Saúde, e que estão sendo incluídos pacientes com 4 cardiopatias. E nesse estudo vai se comprovar a eficácia, ou não, desse tratamento."


A esperança depositada nas células-tronco para cura de doenças levou pacientes, pais e pesquisadores a se unir para criar o movimento em prol da Vida, o Movitae, em 2003. A presidente do grupo, Andréa Bezerra Albuquerque, ressalta a impaciência dos doentes, esperando que o resultado das pesquisas traga a tão almejada cura. Mas Andréa lembra que o tempo da ciência é muito diferente do nosso.

"Atualmente, não tem nada que se possa fazer com a medicina tradicional, a não ser um tratamento paliativo, um suporte, para deixar o paciente confortável, mas são doenças que não param, vão progredindo até a morte mesmo."

Foi recentemente lançado um portal na internet chamado Instituto Virtual de Células-Tronco, no endereço eletrônico www.ivct.org . O site vai reunir vários pesquisadores em células-tronco, num ambiente onde podem trocar experiências virtualmente. Além disso, os pacientes e familiares podem tirar todas as dúvidas sobre doenças e as pesquisas com células-tronco.

De Brasília, Adriana Magalhães.


E AQUI TERMINA AQUI A SÉRIE DE REPORTAGENS ESPECIAIS SOBRE CIÊNCIA. TEXTO E PESQUISA DE ADRIANA MAGALHÃES, PRODUÇÃO DE LUCÉLIA CRISTINA, COORDENAÇÃO E EDIÇÃO DE APRÍGIO NOGUEIRA E PRODUÇÃO DE LUCÉLIA CRISTINA.
segunda-feira, 13 de novembro de 2006


http://www.camara.gov.br/internet/radiocamara/default.asp?selecao=MAT&Materia=43462

sábado, 9 de janeiro de 2010

Normas para células-tronco estão em consulta pública

A população tem até o dia 5 de fevereiro para enviar sugestões e críticas à Consulta Pública nº 92, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que irá estabelecer normas para o funcionamento dos Centros de Tecnologia Celular (CTC) de células-tronco humanas, adultas e embrionárias.
A proposta da Agência assegura a qualidade e a segurança dos procedimentos de pesquisa por meio do estabelecimento de requisitos mínimos. O documento atribui aos Centros a responsabilidade por todos as técnicas relacionadas ao preparo das células-tronco humanas e seus derivados. As atividades incluem coleta, processamento, acondicionamento, armazenamento, testes de controle de qualidade das células, assim como o descarte e a liberação para uso e transporte.
Para utilizar as células-tronco humanas e seus derivados em tratamentos, o interessado deve comprovar o reconhecimento da prática terapêutica pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Além disso, as células utilizadas só poderão ser fornecidas pelos CTCs.
Instituições de pesquisa e serviços de saúde que realizem pesquisa clínica com células-tronco humanas e derivados devem submeter seus projetos à apreciação e aprovação dos respectivos comitês de ética em pesquisa, na forma descrita pela resolução do Conselho Nacional de Saúde.
A proposta determina, ainda, que os Centros devem apresentar licença de funcionamento, licença sanitária ou alvará sanitário atualizado, emitido pelo órgão de vigilância sanitária local. O documento está disponível na internet, no endereço www.anvisa.gov.br. Após a Consulta Pública, a norma deve ser aprovada pela Diretoria Colegiada da Anvisa para entrar em vigor.

FONTE : http://www.brasil.gov.br/noticias/em_questao/.questao/eq959c/

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Fontes alternativas de células tronco

Atualmente, nosso país soma 2.500 indicações anuais para transplante de medula óssea, das quais 1.500 não encontram um doador com laços de parentesco e compatibilidade genética.

Devido às dificuldades de se encontrar doadores de medula óssea, busca-se fontes alternativas de células- tronco. Pesquisas demonstraram que, durante a gestação, o sangue de cordão umbilical é uma fonte rica de células-tronco.

Após o parto, o sangue que permanece no cordão umbilical e na placenta, contendo células tronco, era geralmente descartado. A partir dessa descoberta, as células-tronco obtidas do sangue de cordão umbilical vêm sendo utilizadas em modelos terapêuticos onde é indicado o transplante de medula óssea.

Quando o paciente utiliza suas próprias células-tronco (autólogo) não há rejeição, podendo, inclusive, ser utilizadas, com aproximadamente 30% de chance de compatibilidade com parentes consangüíneos. Portanto, as células-tronco do cordão umbilical são muito mais
eficientes para o futuro uso terapêutico.

O transplante pode ser autólogo, quando as células precursoras de medula óssea provêm do próprio indivíduo transplantado (receptor). Ele é dito alogênico, quando a medula ou as células provêm de um outro indivíduo (doador). O transplante também pode ser feito a partir de células precursoras de medula óssea obtidas do sangue circulante de um doador ou do sangue de cordão umbilical.

Nos transplante alogênicos, com doador, com a recuperação da medula, as novas células crescem com uma nova "memória" e, por serem células da defesa do organismo, podem reconhecer alguns órgãos do indivíduo como estranhos. Esta complicação, chamada de doença enxerto contra hospedeiro, é relativamente comum, de intensidade variável e pode ser controlada com medicamentos adequados, mas também pode ocasionar a morte do transplantado.

O sangue do cordão umbilical é fonte de células tronco hematopoieticas, de fibroblastos, de células-tronco vascular e de células mesenqüimais, que serão, em breve, utilizadas pela Medicina Regenerativa (Medicina Translacional) para a recuperação ou até mesmo, para a reprodução de órgãos lesados.


http://msn.minhavida.com.br/conteudo/1664-Fontes-alternativas-de-celulas-tronco.htm

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Estudo localiza célula-tronco adulta em vaso sanguíneo

Mello: julgamento de célula-tronco deve ocorrer até abril
>> Entenda o que são células embrionárias

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto concluíram, após cinco anos, um estudo que demonstra que as células-tronco adultas mesenquimais estão nas paredes de todos os vasos sanguíneos. Antes disso, essas células eram mais encontradas na medula óssea. A pesquisa, feita por profissionais do Hemocentro e do Hospital das Clínicas (HC), foi publicada na edição de março da revista científica internacional Experimental Hematology. "Esse é um conceito novo e muda a nossa visão sobre essas células", diz o pesquisador Dimas Tadeu Covas, que preside o Hemocentro e é professor da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão.

Células-tronco, adultas e embrionárias, são células indiferenciadas e, por essa característica, têm o potencial de serem usadas no tratamento de diferentes doenças degenerativas, como lesões cardíacas. As mesenquimais dão origem a componentes do sangue. "Estando nos vasos sanguíneos, elas controlam inúmeros mecanismos de reparo e regeneração", afirma o cientista.

Segundo Covas, os resultados da pesquisa ainda são iniciais e agora é necessário entender essa célula para estudar a possibilidade de uso em tratamentos clínicos. "Abriu-se uma avenida nova de investigação", afirma ele. "Com a análise inicial, podemos intervir e começar a trabalhar especificamente com células de cada um dos tecidos, para ver como se comportam." O objetivo da equipe é estudar como elas agem no fígado, no cérebro e em outras partes do corpo. Covas explica que, apesar da descoberta, a medula óssea continua sendo uma fonte importante de células-tronco adultas, por sua facilidade de obtenção.

Enquanto o uso de células-tronco adultas é permitido no Brasil, a utilização das embrionárias está sob julgamento no Superior Tribunal Federal (STF). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


http://www.atarde.com.br/brasil/noticia.jsf;jsessionid=530325A61242D303225BAB6E44B4103E.jbosscliff1