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quarta-feira, 18 de novembro de 2009

CÉLULA TRONCO - O QUE MUDA?


O uso em pesquisas de embriões congelados só será possível com o consentimento do casal que fez fertilização in vitro.

A capacidade da célula-tronco de se transformar em qualquer célula do corpo faz dela uma promessa de solução para doenças hoje incuráveis. No Brasil, o estudo dessas estruturas só é permitido em células adultas. Dia 2 de Março de 2005, o congresso aprovou a pesquisa com células-tronco retiradas de embriões humanos desde que congelados há mais de três anos. Os cientistas apostam que o potencial terapêutico e curativo desse tipo de célula-tronco, as embrionárias, é superior ao apresentado nas pesquisas com células adultas. Se a lei for sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a expectativa dos pesquisadores se confirmar, uma nova medicina surgirá.

Em contraponto à excitação dos cientistas, parte da sociedade está apreensiva. Muitos casais se perguntam o que acontecerá com seus embriões congelados em clínicas de reprodução assistida. Segundo especialistas, não há motivos para preocupação, pois a experiência só avançará com o consentimento do casal.

- A doação está condicionada ao consentimento expresso do paciente. Quem não quiser doar não tem obrigação nenhuma de fazê-lo – salienta a ginecologista e obstetra Mariângela Badalotti, professora da faculdade de medicina da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e diretora de um centro de medicina reprodutiva.

Para Mariângela, a lei é importante por abrir a possibilidade de mais um destino – a doação para a pesquisa – aos embriões excedentes. O projeto permite o uso de embriões excedentes produzidos por fertilização in vitro (FIV) congelados a pelo menos três anos – o texto não explica porque esse período.

Para realizar a FIV, o médico colhe ao menos um óvulo para fecundá-lo com o espermatozóide e implanta-lo no útero. Com as chances de gravidez com apenas um óvulo fecundado são de 12%, os médicos têm de fecundar diversos óvulos, para aumentar as chances. Para isso a mulher recebe medicamentos que estimulam os ovários a produzir vários óvulos.
Essa estimulação aumenta para 33% a probabilidade de gravidez, ensina o ginecologista e especialista em reprodução Eduardo Pandolfi Passos, presidente eleito da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA).
O ginecologista e especialista em reprodução humana Nilo Frantz explica que, para realizar a FIV, são fecundados de seis a 15 óvulos. Como um parecer do Conselho Federal de Medicina (CFM) orienta que quatro é o número máximo de embriões que podem ser implantados no útero, o restante é congelado para ser usado novamente, caso a mulher não consiga engravidar na primeira tentativa ou queira ter outro bebê no futuro.
Como muitas delas optam por não ter mais filhos, há uma tendência a sobrarem embriões – informa Frantz.

No dia seguinte à aprovação do projeto, a SBRA iniciou uma pesquisa entre mais de 120 clínicas brasileira para precisar o número de embriões excedentes mantidos congelados. Segundo a atual presidente da entidade, a especialista em reprodução assistida Maria do Carmo Borges de Souza, é provável que, após a homologação da lei, os casais sejam consultados pelas clínicas sobre se querem ou não doar seus embriões para pesquisa.


Entenda melhor:

Todos os seres humanos derivam de uma única célula, o zigoto, formada após a concepção – fertilização do óvulo pelo espermatozóide.
O zigoto se divide até que, por volta do quinto dia após a concepção, está formado um aglomerado de aproximadamente 150 células, chamadas de blastocisto.

O blastocisto é menor do que um grão de areia e contém dentro de si uma massa interna de células que são chamadas de células-tronco embrionárias.
Esse blastocisto, se implantado no útero, se transforma em embrião e posteriormente em um ser humano.

Se o blastocisto é usado para pesquisas, ele é destruído assim que se retiram as células-tronco. A capacidade mais impressionante da célula-tronco embrionária é sua habilidade de gerar todos os tipos de células funcionais adultas como:

- pele
- músculo cardíaco
- sangue
- tireóide
- nervosas (neurônios)
- musculoesqueléticas
- alveolares (pulmão)
- pigmento
- hepáticas (fígado)
- pancreáticas

De onde são retiradas para serem usadas em pesquisas? Essas células são retiradas de blastocistos desenvolvidos em óvulos fertilizados em laboratórios de reprodução assistida e que não foram implantados no útero.


Tire suas dúvidas:

· O que é fertilização in vitro?

Depois de estimular com hormônios a hiperprodução de óvulos, o médico retira vários deles e os coloca em um meio de cultura com os espermatozóides. Depois da fecundação, os embriões são transferidos para o interior do útero em um prazo de 48 a 72 horas.

· O que são embriões excedentes?

São aqueles que sobraram ao final do processo de fertilização in vitro, ou seja, que mesmo sendo viáveis para a gravidez não foram implantados no útero. Eles são congelados em clínicas de fertilização assistida. Se a lei de biosegurança for sancionada pelo presidente, estes embriões excedentes servirão para pesquisas com células-tronco, que poderão auxiliar na cura de diversas doenças.

· O que os casais que optam pela fertilização in vitro podem fazer com seus embriões excedentes hoje?

O casal que decide tentar a fertilização in vitro para ter um bebê, assina um termo por escrito informando o fim que deseja dar aos seus embriões excedentes. Eles podem mantê-los congelados para posterior uso, ou doá-los a outro casal que não possa ter filhos.

· Se a lei de biosegurança for aprovada, quais serão as opções desses casais?

O procedimento é o mesmo, com a diferença que, ao assinar o termo informando o destino dos embriões excedentes, o casal pode optar por doá-los para pesquisas com células-tronco embrionárias. Os casais que já têm embriões excedentes congelados há mais de três anos poderão informar à clínica de reprodução assistida o desejo de doá-los para estudo.

· Se os casais não quiserem que usem seus embriões congelados, o que devem fazer?

A clínica responsável pelo congelamento é proibida de usar os embriões para qualquer fim sem o consentimento do casal.
A resposta não responde a pergunta


· Se optarem por doar seus embriões congelados para pesquisas, como esses casais devem proceder?

Após a homologação da lei, devem procurar a clínica em que seus embriões estão congelados e manifestar seu desejo de doá-los para pesquisa.

· Quem pode congelar embriões?

Qualquer casal que necessite ou venha a necessitar de fertilização in vitro para ter um bebê. Mesmo que a mulher não tenha conseguido engravidar, o casal pode manter os embriões congelados por tempo indeterminado caso tenha o desejo de tentar novamente mais tarde.

· É possível fazer fertilização in vitro apenas para doar embriões para pesquisa?

Não. A orientação do Conselho Federal de Medicina (CFM) diz que as técnicas de reprodução assistida só devem ser usadas para produzir gravidez.

· Céluas-tronco embrionárias vêm de fetos abortados?

Não. Elas são retiradas de embriões que atingiram o estágio de blastocisto - de três a cinco dias após a fertilização do óvulo pelo espermatozóide – que não foram implantados no útero humano. No desenvolvimento humano, um embrião é considerado feto a partir da sétima semana de gestação.


Fonte:
JORNAL ZERO-HORA - PORTO ALEGRE 05 DE MARÇO DE 2005


http://www.viavida.org.br/artigos_detail.asp?id=18

Um comentário:

  1. por que o consentimento do casal é necessário para a pesquisa de seu embrião??

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