Polêmica
Pesquisas com células-tronco devem prosseguir?
03/03/2008 13:54
O STF decidirá em 5 de março. É debate que mistura ciência e religião ao redor de um dilema: quando começa a vida
Em março de 2005 a Lei de Biossegurança foi aprovada pelo Congresso. Dois meses depois o procurador-geral Cláudio Fonteles entrou com ação de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal contra o artigo que aprova pesquisas com células-tronco de embriões humanos. A decisão, se negativa, pode afastar o Brasil da vanguarda científica.
Acham que SIM
Células-tronco são aquelas capazes de se transformar em qualquer um dos 220 tipos de célula do corpo humano. Elas podem, em tese, agir como neurônio, osso, nervo. São, por isso, a promessa de cura para quase todas as doenças. Até agora as mais eficazes parecem ser as derivadas de embriões humanos.
Acham que SIM
Células-tronco são aquelas capazes de se transformar em qualquer um dos 220 tipos de célula do corpo humano. Elas podem, em tese, agir como neurônio, osso, nervo. São, por isso, a promessa de cura para quase todas as doenças. Até agora as mais eficazes parecem ser as derivadas de embriões humanos.
Os embriões usados em pesquisas são os blastocistos, com idade de três a cinco dias, quando possuem cerca de 100 células pluripotentes – ou seja, que podem se transformar em qualquer tecido. Não se trata, portanto, de um feto com feições humanas, como se vê nos livros de medicina.
A lei prevê apenas o uso de embriões congelados há mais de três anos. Esses embriões são aqueles que não foram usados nas clínicas de fertilização. Somente quatro embriões podem ser transferidos para o útero na fertilização assistida. Os demais são congelados. “Um conjunto de oito células, que jamais será inserido em um útero, pode ser comparado a um ser humano?”, questiona enquete no blog da geneticista Mayana Zatz, no site da revista Veja.
O método embrionário não é o único para se chegar às células- tronco. Duas pesquisas simultâneas, uma no Japão e outra nos Estados Unidos, publicadas nas revistas Cell e Science, reprogramaram células da pele para funcionar como células-tronco. “Esses resultados são prematuros. As pesquisas não podem parar”, afirmou Shinya Yamanaka, da Universidade de Kioto, autor de um dos dois estudos, à agência AFP.
Entre os países que permitem pesquisas com células-tronco embrionárias estão Inglaterra, Coréia do Sul, Japão, Canadá e Israel. Nos Estados Unidos o governo federal cortou verbas para a pesquisa.
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