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domingo, 20 de dezembro de 2009

Pesquisa com célula-tronco para derrame

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009 | 18:27


Reino Unido aprova ensaio clínico com célula-tronco para derrame

No mês de janeiro, ao mesmo tempo que o FDA aprovou, nos Estados Unidos, a primeira experiência terapêutica com células-tronco embrionárias em pessoas com lesão medular, a empresa ReNeuron, da Grã Bretanha, anunciou o primeiro ensaio clínico em pacientes britânicos que sofreram derrame isquêmico.

A pesquisa vai testar primeiro a segurança do procedimento

Esse ensaio terapêutico que vai ser iniciado no segundo trimestre de 2009, no Instituto de Ciências Neurológicas de Glasgow, na Escócia, tem como objetivo testar primeiro a segurança do método. É a chamada Fase 1. Serão injetadas células-tronco neuronais - ReN001- diretamente na região lesionada do cérebro. De acordo com os pesquisadores, esse procedimento e a natureza da linhagem celular desenvolvida pela empresa, não requer o uso de imunosupressão, eliminando assim um risco adicional. Os pacientes serão monitorados e acompanhados por um ano para avaliação dos resultados.

A maioria dos derrames são de natureza isquêmica

Os derrames podem ser causados por hemorragias ou, na maioria dos casos, por bloqueio da circulação sanguínea no cérebro, ou isquemia. Cerca da metade das pessoas que sobrevivem a um derrame ficam com sequelas permanentes causadas pela lesão cerebral. Na fase aguda, o tratamento consiste no uso de agentes anticoagulantes tentando minimizar o bloqueio da corrente sanguínea no cérebro decorrente da formação de coágulos. Após a fase aguda os únicos tratamentos são a fisioterapia e a re-habilitação.

Seleção de pacientes

Nessa primeira fase, serão selecionados 12 pacientes que sofreram derrame nos últimos 6 a 24 meses. Essa seleção difere do critério usado pelo FDA no ensaio americano em lesionados medulares onde as injeções serão administradas em pacientes recém acidentados (até 14 dias após a lesão medular). Por um lado, esperam-se resultados melhores em tratamentos iniciados logo após o acidente. Por outro lado, a análise dos resultados clínicos é mais difícil. Como avaliar quanto da recuperação ocorreu como consequência de tratamentos convencionais e quanto por causa das injeções de células-tronco? A escolha de pacientes com lesões mais antigas no caso do derrame vai permitir uma avaliação melhor dos resultados diretos da terapia celular.

Qual dos dois ensaios terapêuticos é mais importante? O americano ou o britânico?

Essa pergunta me foi feita por uma jornalista da prestigiosa revista Nature Medicine. Não é possível fazer esse tipo de comparação. São duas condições diferentes que vão ser tratadas por metodologias distintas. O que há em comum é que nos dois experimentos será avaliada a segurança do procedimento. Os resultados obtidos permitirão avaliar os próximos passos. A expectativa vai ser enorme, mas devemos ter um otimismo cauteloso. O fundamental é saber que está sendo dado o pontapé inicial e que teremos muito a aprender com os resultados. Essas experiências permitirão pularmos etapas. Poderemos ganhar tempo evitando o que não deu certo. E repito o que já disse em colunas anteriores: nos dois casos, não perdemos por observar e por esperar.

Por Mayana Zat


http://veja.abril.com.br/blog/genetica/arquivo/pesquisa-com-celula-tronco-para-derrame/

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